sábado, 4 de dezembro de 2010

Não sou anti-americano, mas...


Não sou anti-americano, pois não tenho nada contra o povo norte-americano. Eles não são superiores ou inferiores à ninguém, mas quando se fala em política, me pergunto se algum deles leu O Analfabeto Político de Bertolt Brecht.
Na década de 1960, por mais que as vontades e as ideias aflorassem pelo mundo, o que se passou nos EUA, foi simplesmente surrealista: Mataram um presidente, um candidato à presidência e dois grandes líderes dos direitos cívis.
Após tanto tempo, nós vimos na Casa Branca a famigerada dinastia Bush: o pai, um espião da CIA ligado notoriamente ao caso Watergate, o filho, um ex-alcoólatra despreparado política e intelectualmente, eleito de uma maneira extremamente suspeita.
Desde 2009, porém, temos esse grande milagre que é Barack Hussein Obama II. Um homem que do nada apareceu como salvador de uma pátria que necessitava de um novo aspecto. Sua aparência, seu jeito de falar, suas maneiras nada convencionais de um presidente americano que chegou dizendo "We Can".
Nós podemos o quê? Resolver o problema da previdência americana? Aumentar o contingente militar no Afeganistão? Entrar e sair de onde bem queremos, e interferir em assuntos que não nos dizem respeito?
Esse jeito estranho, que na campanha presidencial era uma mina de ideias, sujestões e otimismo, que tinha como resolver tudo, hoje transformou-se em uma grande incógnita. Um sujeito calado, inexpressivo, omisso, que nos passa uma impressão ligeiramente covarde. E suas aparições, com o tempo, foram ficando cada vez mais raras.
Concomitantemente, a Sra. Hillary Clinton, Secretária de Estado e esposa do ex-presidente Bill Clinton, - um presidente moderado e de boas relações com todos os países -, começou a ter um papel de grande revelância no governo americano, mostrando também um outro lado de sua personalidade até então desconhecido. Arrogante e prepotente, como se suas palavras fossem a voz do governo. O que conhecíamos dela anteriormente era a sua face de democrata liberal, que daria muito destaque ao papel feminino na política e grande importância aos menos favorecidos.
A realidade que vemos hoje é bastante diferente e parece uma repetição do que aconteceu no governo anterior, com a Sra. Condoleezza Rice. Parece-me que esse posto tão importante no governo norte-americano não tem limites de poder, lembrando um certo grau de parlamentarismo.
Por trás de toda verdade de um governo que esconde tortura, como em Guantánamo, não respeita os direitos humanos e dá tão pouca importância à ONU - fazendo até relatórios falsos nos quais legitimava a invasão de um país -, quais seriam os atos cometidos e os fatos que jamais saberemos? Qual a verdadeira história da participação dos EUA nos golpes militares na América Latina, por exemplo? Quem os elegeu como xerifes do mundo? 
É muito fácil enganar o povo norte-americano, principalmente pela fé desmedida que eles tem em suas instituições. A verdade é que esse tipo de governo patriarcal está tão igualmente falido quanto o antigo império soviético.
O maior perigo de tudo é que antes de se entregarem à uma mudança radical, e se adequarem à uma nova ordem social internacional, eles tentarem, como último suspiro imperialista, se apropriar, a força, daquilo que há muito não têm mais.
Pensando na história da guerra civil americana, podemos inferir muito do que é o povo hoje, inclusive entendendo o seu feroz patriotismo. Mas fica claro que os EUA não são uma república federativa, muito menos democrática, nem tampouco honram o nome de "Estados Unidos". São, na verdade, um estado confederado que se une em cima de 10 Emendas.

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Primeiro post, espero que gostem. Não sou dono da verdade, mas essa é minha opinião sincera.

George K.

Próximo tema: Palestina, um Estado livre e soberano.

2 comentários:

  1. Muito bom! Adorei o texto e concordo em número e grau. Também não sou contra os americanos, apenas sou contra e me incomodo com a maneira que eles se comportam com o mundo. Ah, americanos somos todos nós desse continente, eles são estadunidenses! haha

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  2. Sou um meio analfabeto em ortografia e tenho dislexia porem me julgo um conhecedor de parte das políticas nacionais e até internacionais devido a um pouco de leitura . Gostaria de ter o teu parecer sopre a simbologia que criei ( bandeira contemporânea , postada no mural de Rabelo e meu entre outros )e até modificações se estiveres interessado em ajudar . Grato pela atenção . Quando a tua matéria gostei e vi que temos idéias em comum , e pretendo divulgar o teu blog .

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