quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Rio de Janeiro, uma incógnita.


A história do Estado do Rio de Janeiro passou por várias fases. Fato que nos mostra como uma cidade tão problemática pode ser maravilhosa.
Todos os grandes acontecimentos da história contemporânea do Brasil, sempre estiveram, em maior ou menor grau, vinculados ao Rio. 
Mesmo com todo o poder repassado à Brasília, os políticos fluminenses e cariocas continuaram tendo uma enorme relevância. 
A cidade foi o berço do golpe 1964, de movimentos efervescentes de resistência cultural e esquerda contra-ditadura.
Carlos Lacerda, por exemplo, um dos pais do golpe militar, era governador do Rio de Janeiro, na época. E a posterior tolerada oposição feita pelo governador Chagas Freitas, que era pseudo-contra  o golpe, fez com que o poder se afastasse mais ainda do estado, e os poucos investimentos juntamente com a má administração avançaram por vários anos, e tiveram como conseqüência a origem da "favelização" do povo de classe baixa. A administração do estado também foi a latente culpada da marginalização da Baixada Fluminense, tal como da migração dos moradores da mesma para a cidade do Rio, uma vez que estavam esquecidos e sem oportunidades, inchando cada vez mais a cidade.
A falta absurda de investimentos federais em um parque industrial - na época já sucateado -  que desse emprego à essa população, deu condições à formação de governos paralelos, que buscavam alternativas de sobrevivência. 
Neste momento, os "bem-feitores" dos locais mais pobres se aproveitavam da fraqueza e da pouca esperança do povo, bem como as autoridades policiais, civis e militares, já mal-pagas e corrompidas, davam subsídios, com a sua omissão, para que os tráficos de drogas e armas aflorassem e se multiplicassem, em alcance e força. 
Tempos depois, uma nova esperança surgiu. A ditadura abrandava e antigos líderes voltavam, proclamando que resolver os problemas do Rio não seria uma tarefa de grande dificuldade. O maior exemplo disso era o Sr. Leonel Brizola, que achava-se capaz de concertar tudo, iludindo a população com discursos demagogos e populistas, fazendo, ao fim, a situação dobrar de gravidade e sempre vangloriando-se de pequenas realizações controversas e conhecidamente "tapa-buracos". 
Esse modo de governar se perpetuou na política carioca com Moreira Franco, Cesar Maia, Anthony e Rosinha Garotinho. Todos eles pertencentes à mesma casta antiga e retrógrada. 
Criou-se uma situação insustentável, pautada em violência desmedida causada por anos irremediáveis de descaso com o povo. 
Neste outro momento de carência e medo, surgiram os novos "protetores" dos mais carentes. Policias sem farda, corruptos, mal intencionados, com vistas no lucro e oferecendo uma falsa paz. São tais sujeitos conhecidos como milicianos, ou melhor dizendo, mercenários. O lema é sempre o mesmo, com a paz tendo seu preço, e a morte também. Para uns heróis, para outros, algozes. O antagonismo vivo do Rio de Janeiro. 
Quando o caso parecia ser realmente insolúvel, algo finalmente diferenciado começou a surgir. De maneira discreta, mas mostrando a que vieram. Policiais sem ligação como o crime organizado, que se mostraram incorruptíveis, nos deram uma luz no fim do túnel. Trata-se do Batalhão de Operações Especiais. Pela primeira vez, arrisco-me a dizer, o crime organizado se sentiu seriamente ameaçado. Juntamente com a Guarda Nacional, as Forças Armadas e a Polícia Civil, apresentou-nos um - até então desconhecido - poder constituído forte.
A marginalidade, porém, tem várias facetas. Se uma porta é fechada, ela tentará abrir duas. Pois não há nada a perder.
Se o tráfico de drogas é reprimido, a droga conseqüentemente ficará mais cara. É a lei da oferta e da procura. Por isso, é ingênuo o pensamento de que o tráfico acabará.
Os consumidores também procurarão outras formas de se capitalizarem para a compra, fato que pode aumentar o contingente de pequenos roubos, assaltos relâmpagos e medo nas ruas. 
No entanto, é ilusão também pensar que são os menos favorecidos que mantém o tráfico de drogas. Quem o faz abundantemente é a classe média, os ditos "filhinhos de papai".
Todos nós sabemos que a geografia do Estado do Rio de Janeiro dificulta muito o trabalho das autoridades. Como vimos nas operações policiais recentes realizadas na Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão. É quase uma operação de guerrilha. Temos de dar todo o nosso apoio à essas novas incursões da polícia, dando-lhe todos os méritos, porém, fiscalizando sempre para que não sejam cometidos abusos de nenhuma forma. 


Após tudo isso, há uma coisa que incomoda muito. 
O que fazer, depois de uma declaração do atual governador do estado, Sérgio Cabral, de que todo homem já teve pelo menos uma namorada que fez um aborto? Sergio Cabral, aborto é ilegal!


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George K.

Um comentário:

  1. Joca,

    parabéns pelo blog! estou adicionando seu link na babilônia e estamos em contato pela net.

    um abração do afilhado!

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