domingo, 5 de dezembro de 2010

Um reconhecimento justo, porém tardio.


Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reconheceu o Estado soberano da Palestina. Fato que já deveria ter ocorrido há muito tempo. Na verdade, no mesmo momento em que se reconheceu o Estado de Israel.
Esse local chamado pelo mundo de "barril de pólvora", tem história mais antiga do que podemos imaginar. Hoje, fala-se muito em terrorismo, radicalismo e intransigência nessa região, mas devemos destacar que há muitos anos o senhor Yasser Arafat, lider da OLP(Organização para libertação da Palestina, atual Autoridade Palestina), já tinha abandonado as armas e estava no campo diplomático negociando com vários países e as Nações Unidas, atos que o levaram a ser merecedor do prêmio Nobel da paz. Prêmio este, dividido com o seu rival, Primeiro Ministro de Israel, o senhor Ximon Peres.
O reconhecimento do Estado da Palestina nada mais é que uma obrigação de todos os países que prezam por um mundo livre, no qual o antagonismo deve ser respeitado e muitas das diferenças relevadas e esquecidas para a construção de um futuro melhor e mais justo.
A intransigência só leva a mais intransigência, tal como a violência só leva a mais violência. E o paternalismo praticado pelos EUA com Israel leva a um desequilíbrio cada vez mais latente, colocando a região em uma posição de perigo constante.
Vivemos em um período em que este tipo de política não tem mais razão de existir. O conflito no Oriente Médio pode transformar-se em uma luta sem fim, como já está sendo mostrado com o passar do tempo. 
Até quando os dois povos negarão a sua proximidade histórica e sanguínea? Como devemos encarar os territórios ocupados? Como corrigir essa grave violação histórica? A meu ver, só existe uma forma, na qual os dois povos se olhassem e se reconhecessem para que possam enfim se encarar de uma forma igual. Como irmãos que simplesmente não professam a mesma religião. 
Porém, para isto, têm de ser fechadas antigas e novas feridas. A retirada dos assentamentos judaicos nos territórios ocupados e a destruição imediata do novo muro da vergonha, são ações devem ser realizadas para que possa ser pensada uma conversação amigável. 
Este muro serve para separar famílias, para que não se possa mais olhar um nos olhos dos outros, e segregar o convívio de povos irmãos.
Pensem bem, israelenses, na injustiça do Holocausto, na perseguição e nas atrocidades que tiveram de suportar no passado.
Gostaria de enfatizar somente um dado: que a Terra Santa é santa para todos os povos e religiões, e manchá-la de sangue agora seria perpetuar essa discórdia que não terá fim se não houver bom senso.


Allah Akbar. Shalom.



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George K.


Próximo tema: Rio de Janeiro, uma incógnita.

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